domingo, 30 de novembro de 2014

Bolo Campos Sales | Biscoitos 15 de Novembro | Torta de abobrinhas

Desta vez, como a degustação era do mês de novembro, os doces homenagearam a República, cujo conceito ultimamente andou balançando ...

Bolo Campos Sales (do caderno nº 3, de 1907)

Manuel Ferraz de Campos Sales 1841-1913) foi o quarto presidente do Brasil República, representante da oligarquia cafeeira do Estado de São Paulo.

Esta receita contém quantidades e ingredientes expressos conforme a época: chícaras grandes, conchas, bicarbonato de soda (não havia ainda o fermento em pó), que precisei reinterpretar. Ficou assim:

3 xícaras (chá) de farinha de trigo peneirada
200g de açúcar
4 ovos
1 copo (170g) de coalhada (diferente de iogurte)
1 colher (sopa) de manteiga (usei margarina)
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 pitada de sal
Erva doce a gosto

Bater na batedeira os ovos com o açúcar para que a mistura fique bem aerada. Em seguida acrescentar manteiga, coalhada, farinha, erva doce e sal. Por último o fermento, só misturando. Assar em forma untada com manteiga e polvilhada de farinha, em forno pré-aquecido a cerca de 230ºC.





A massa ficou amarela por causa dos ovos caipiras que usei.









Biscoitos 15 de Novembro (do caderno nº 7, de 1930)

A receita original é de 500g de açúcar, 500g de farinha de trigo e 16 gemas. Fiz a metade, que rendeu mais de 500g de biscoitos. Não leva gordura, de nenhum tipo:

250g de farinha de trigo
200g de açúcar (reduzi para não ficarem muito doces)
8 gemas
1 clara
Casca ralada de 1 limão

Bater o açúcar com os ovos (bati em batedeira), para depois colocar a farinha aos poucos e completar com as raspas de limão. Amassar, enrolar ou cortar no formato desejado e assar em assadeira ligeiramente untada com manteiga e polvilhada de farinha.





O resultado são biscoitos secos e, quando menos assados, mais crocantes.









Torta de abobrinhas da Anunciada

Já publiquei esta receita, mas vou publicá-la novamente, agora com imagem. A massa não leva ovos.

500g de farinha de trigo
1 xícara (chá) de óleo
250ml de leite morno
1 pitada de sal
2 colheres (sopa) de fermento em pó
3 abobrinhas de tamanho médio
4 tomates grandes sem pele
sal, pimenta, cebola e alho a gosto
Queijo ralado a gosto
Azeite a gosto

Fazer um refogado com cebola, alho, tomates e abobrinhas, estas cortadas na parte grossa do ralador.
Dividir a massa em 3 partes: Abrir com o rolo 2 partes para forrar a forma (tamanho de forma para pizza) e colocar por cima o refogado. Polvilhar com queijo ralado, tomando cuidado com a quantidade de sal do queijo em relação ao recheio. Abrir o restante da massa e cortar em tiras para cobrir o recheio em xadrez. Assar em forno moderado.

Ficou dourada e deliciosa!



terça-feira, 11 de novembro de 2014

Strudel com maçãs | Patê de cenouras da Hermé

Strudel remete à cultura germânica do sul do Brasil e o mês de outubro à Oktoberfest. Em minha memória, o melhor strudel que comi foi em Blumenau, Santa Catarina, e foi com isso em mente que decidi fazer uma receita registrada no livro "O Ponto do Doce", página 122, pois é nessa cidade que se realiza anualmente em outubro a Oktoberfest, uma festa tradicional que tem a brasileira como a maior fora da Alemanha.

Strudel, em alemão, significa enrolado (como rocambole) e pode ser feito com recheio de cerejas, nozes, papoulas, chocolate, amêndoas, requeijão ou recheios de sal. O de maçãs é o mais conhecido entre nós.

Massa:
250g de farinha de trgio
20g   de manteiga
Uma pitada de sal
9 a 10 colheres (sopa) de água morna

Põe-se a farinha de trigo sobre uma superfície de madeira, fazendo no centro uma cavidade na qual se colocam a manteiga, o sal e a água morna. Amassa-se até que não grude mais, ficando consistente e com bolhas visíveis. Coloca-se para descansar durante 30 a 60 minutos, de preferência coberta por uma vasilha aquecida (conforme a temperatura ambiente exigir).

Recheio:
Algumas maçãs (usei 3 médias)
1 colher (sopa) de amêndoas peladas e picadinhas
2 colheres (sopa) de uvas passa
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de farinha de rosca
1 limão - caldo e casca ralada
açúcar a gosto

Misturam-se as maçãs, descascadas e cortadas em cubinhos, com as passas passadas em água fervendo: juntam-se as amêndoas, a farinha de rosca levemente tostada na manteiga, o açúcar, o caldo e a casca do limão.

Estende-se na mesa um pano branco, grande, polvilha-se bem com farinha de trigo, põe-se a massa sobre ele, polvilha-se novamente com farinha de trigo e abre-se a massa o mais fino possível. Prende-se uma das extremidades da massa com o rolo e com as mãos enfarinhadas vai-se puxando a massa com cuidado esticando bem, até ficar fina e transparente, na qual se aplica com pincel bastante manteiga derretida.

Espalha-se o recheio de maçãs, deixando as extremidades livres. Querendo o strudel mais gorduroso, juntam-se ao recheio alguns pedacinhos de manteiga.

Ergue-se com as duas mãos o pano juntamente com a massa e enrola-se o strudel dessa maneira. Em vez de colocar mais manteiga no recheio, pode-se pincelar novamente a massa à medida que é enrolada. Deita-se em assadeira untada em feitio de meia lua ou de caracol, aperta-se as extremidades da massa, pincela-se o strudel com manteiga ou gema batida e assa-se durante 30 a 40 minutos no forno até tomar uma cor bonita.




20g de manteiga é igual a 1 colher de sopa cheia.

Conforme enrolava a massa no recheio, fui pincelando com manteiga derretida o outro lado da massa.


Para assar, coloquei o strudel em forma comum, de cone central.


O resultado foi ótimo. A massa ficou crocante, leve e pouco doce, como me lembrava de ter experimentado em Blumenau.

Para completar, servi o strudel como é mais tradicional: com creme chantilly feito em casa:

2 xícaras (chá) de creme de leite fresco
2 colheres (sopa) de açúcar
4 gotas de essência de baunilha

Colocar o creme de leite na batedeira, bater por 3 minutos. Em seguida adicionar o açúcar e a baunilha, batendo apenas para misturar. Está pronto!


Patê de cenouras (da Hermé)

2 cenouras cozidas e descascadas
2 ovos cozidos e descascados
2 pimentões vermelhos sem as sementes
1 cabeça de alhos descascados
1 cebola grande
1 copo (200ml) de leite
1 copo (200ml) de óleo
1 quilo de tomates maduros
2 colheres (sopa) de farinha de trigo
Sal a gosto
Azeitonas picadinhas (opcional)

Bater no liquidificador primeiro os tomates, passando-os pela peneira. Voltar os tomates ao liquidificador e bater com os demais ingredientes. Levar ao fogo em panela de fundo grosso, mexendo constantemente. Deixar ferver até aparecer o óleo e tomar consistência de patê. Depois de frio, juntar as azeitonas picadinhas.

Esta receita é grande, mas pode perfeitamente ser guardada no freezer por bastante tempo.




sábado, 1 de novembro de 2014

Bolo de coco | Docinhos de banana | Geleia de pinga | Cuscuz paulista de legumes

Esta degustação, no dia 28 de setembro, homenageou os santos gêmeos Cosme e Damião, que têm suas comemorações religiosas no dia 26 para a Igreja Católica e no dia 27 para a Umbanda. A comemoração católica se dá nas missas realizadas em várias paróquias e a comemoração da Umbanda é feita no formato de um aniversário, com decoração em rosa e azul. Minha intenção não foi escolher uma religião, mas lembrar a data, já que as receitas eram pertinentes.


Bolo de coco (do livro Dona Tita, 1948)

4 ovos
300g de açúcar
1 colher (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de fermento em pó
1 coco ralado
3 colheres (sopa) de farinha de trigo

Bata bem os ovos com o açúcar e o fermento. Depois junte o coco e a farinha, apenas misturando. Coloque para assar em forma untada com manteiga em forno pré-aquecido a 230ºC.




Reservei um pouco do coco ralado para decorar.

O bolo fica úmido mas de consistência firme para cortar.

Docinhos de banana (do livro Receitas da Mulher Mariliense)

6 bananas nanicas maduras (também conhecida como banana d'água)
12 colheres (sopa) de açúcar
1 colher (sopa) de chocolate em pó (usei cacau, sem açúcar)
1 colher (sopa) de manteiga

Amassar as bananas e levar ao fogo com o açúcar. Depois de ferver bem, juntar o chocolate e a manteiga. Mexer constantemente até aparecer o fundo da panela. Despejar em mármore untado de manteiga para esfriar. Cortar em quadradinhos e passar em açúcar cristal.

Pode também ser enrolado em bolinhas, como eu fiz, passando igualmente em açúcar cristal.






Geleia de pinga (do livro Casa da Amizade)

1 kg de açúcar  (refinado ou cristal)
1 copo (200ml) de pinga
2 copos (400ml) de água
3 pacotinhos (de 24g cada) de gelatina vermelha sem sabor

Colocar para ferver, em panela funda para não derramar. Depois de levantar fervura, deixar descansando por 20 minutos e despejar em forma grande e levar à geladeira. Cortar os pedacinhos e passar no açúcar refinado.




Quanto maior a forma, menor a espessura da gelatina e mais fácil será de cortar sem quebrar. Melhor é cortar com tesoura.



O sabor da pinga permanece, porém muito leve e gostoso.






Cuscuz de legumes

3 colheres (sopa) de óleo
1 cebola picadinha
3 dentes de alho picados
3 tomates grandes picadinhos
2 ou 3 cenouras raladas grosso
2 xícaras (chá) de ervilhas frescas
Cheiros verdes a gosto
Sal e pimenta a gosto

Fazer um refogado colocando os ingredientes na ordem acima de maneira a cozinhá-los adequadamente, sem deixar desmanchar. Adicionar água até cobrir os ingredientes. Enquanto ferve, juntar farinha de milho e farinha de mandioca misturadas na proporção de 4 para 1, isto é, se colocar 2 xícaras de farinha de milho coloque apenas 1/2 xícara de farinha de mandioca.

Cozinhar durante alguns minutos, mexendo até perceber que a massa solta da panela. Está pronto. Despejar em forma de sua preferência para modelar e servir. É tão bom quente quanto frio.